Dra. Lorraine Fernanda explica que queda de cabelo pós-dengue tem sido porta de entrada para o diagnóstico de outras doenças capilares também
Após o aumento de casos de dengue, muitos profissionais da saúde vêm observando um crescimento na procura por atendimento relacionado à queda capilar. A Dra. Lorraine Fernanda (farmacêutica e tricologista) explica que a queda pós-dengue tem causas multifatoriais. Entre elas, o processo inflamatório intenso que o vírus desencadeia, a privação nutricional gerada durante a infecção e o estresse metabólico pelo qual o corpo passa na recuperação.

“Esse tipo de queda, chamada eflúvio telógeno, pode surgir algumas semanas ou até três meses após a infecção e, na maioria dos casos, é reversível. Mas com a crescente nos casos de disfunções capilares, o que tenho visto com frequência na clínica é que, ao investigar melhor essas queixas, acabamos descobrindo outras condições que já estavam presentes, mas ainda não haviam sido diagnosticadas — como alopecia androgenética, dermatites ou outras disfunções do couro cabeludo”, explica.
Lorraine reforça que é importante buscar ajuda logo nos primeiros sinais, e ainda mais urgente quando a queda vem acompanhada de outros sintomas, como falhas visíveis, couro cabeludo mais aparente, afinamento dos fios, coceira, aumento de oleosidade, ardência ou descamação.
Ela alerta ainda que, em alguns casos, fatores como estresse prolongado, carências nutricionais e alterações hormonais podem manter a queda ativa por mais tempo do que o esperado, mesmo após a recuperação da dengue.

“Quando existe outra condição associada, o tratamento precisa ser ainda mais individualizado e cuidadoso. Ignorar esses sinais pode agravar quadros silenciosos que a pessoa nem sabia que tinha. Por isso, é fundamental investigar a fundo”, conclui.