Autoconhecimento: A Chave para a Saúde Mental em Tempos de Ansiedade Coletiva
O Brasil lidera o ranking mundial de ansiedade, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Em meio a uma realidade marcada por hiperconectividade, instabilidade econômica e pressão constante por performance, cresce também o número de pessoas emocionalmente sobrecarregadas, em busca de respostas para suas angústias. Mas, em vez de fórmulas mágicas ou promessas de felicidade instantânea, uma ferramenta antiga e profunda volta a ganhar destaque: o autoconhecimento.
Para entender como essa jornada interna pode ser aliada da saúde mental, conversamos com a psicóloga e psicanalista Juliana Conti, especialista em autoconhecimento e CEO da clínica Conti Psicologia. Com vasta experiência em atendimentos clínicos, palestras e mentorias, Juliana oferece uma leitura sensível e profunda sobre os tempos de ansiedade coletiva — e como é possível se fortalecer emocionalmente a partir de si mesmo.
A epidemia silenciosa da ansiedade
“A ansiedade no Brasil é um fenômeno multifatorial”, afirma Juliana. Para ela, o contexto atual — que combina polarização social, excesso de informações e cobrança por produtividade — gera um ambiente propício ao esgotamento emocional. “A cultura da performance nos faz acreditar que estar sempre ocupado é sinal de sucesso, quando na verdade pode ser um sinal de fuga de si mesmo.”

O poder transformador do autoconhecimento
Segundo a especialista, o autoconhecimento não é apenas um processo terapêutico, mas uma ferramenta ativa de prevenção ao adoecimento psíquico. “Quem se conhece reage com mais consciência e menos impulsividade diante das adversidades. Aprende a nomear suas emoções e entende de onde elas vêm”, explica.
Práticas simples, como escrever um diário emocional, fazer pausas conscientes e cultivar a autocompaixão, são indicadas por Juliana para quem deseja começar essa jornada. “São atitudes diárias que ampliam a escuta interna e fortalecem o vínculo com a própria subjetividade.”

Redes sociais: vilãs ou aliadas?
Juliana alerta para o uso inconsciente das redes sociais, que, embora possam ser fonte de inspiração, também funcionam como gatilhos de comparação e frustração. “A felicidade não está nas imagens idealizadas, mas no processo interno de se reconectar com o que é genuíno em si.”

Autoconhecimento não é autoajuda
Com o crescimento de palestras motivacionais e conteúdos de autoajuda nas redes, muitos confundem profundidade com fórmulas prontas. “O verdadeiro autoconhecimento exige contato com dores, contradições e ambivalências. É um processo que respeita o ritmo individual e não busca atalhos”, afirma a psicóloga.
Começar é preciso
Para quem se sente emocionalmente perdido, Juliana deixa um recado claro: “Reconhecer o sofrimento é o primeiro passo. Buscar ajuda profissional não é fraqueza, é coragem. O mais importante não é saber exatamente para onde ir, mas começar um movimento de cuidado consigo mesmo.”
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Conclusão: Em um tempo em que tudo nos puxa para fora — likes, metas, exigências — o verdadeiro refúgio pode estar no mergulho interior. Como lembra Juliana Conti, “autoconhecimento é liberdade emocional. E essa é uma das maiores conquistas que alguém pode alcançar hoje”.
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