Pular para o Conteúdo

  • Moda
  • Música
  • Negócios
  • Famosos
  • Saúde
  • Moda
  • Notícias
RuxOne

RuxOne
Cultura

Existe educação inclusiva no Brasil?

PorFauzi Rux 6 de dezembro de 2024

Com 91% dos alunos da Educação Especial em classes comuns, especialista destaca a importância da capacitação contínua de professores e da adaptação de metodologias para garantir a inclusão de todos nas escolas brasileiras

A educação inclusiva tem sido palco de discussões no sistema educacional brasileiro, especialmente com a crescente demanda por uma formação adequada de professores para atender às necessidades dos alunos com deficiência. De acordo com o Censo Escolar 2023, realizado pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), aproximadamente 1,6 milhão de alunos da Educação Especial estão matriculados em classes comuns, o que representa 91% do total de matrículas. Esse número evidencia a relevância de se preparar as escolas para garantir que todos os estudantes, independentemente de suas particularidades, tenham acesso a uma educação de qualidade.

Para Kaísa Romagnoli, mãe do pequeno Lorenzo, de 7 anos, a escola representa um desafio diário. “Meu filho é muito hiperativo e tem dificuldades de aprendizado. Ele está sendo acompanhado por uma equipe médica que investiga diagnósticos de autismo, hiperatividade e TOD (Transtorno Opositivo Desafiador). A escola recebeu um laudo solicitando ajustes no material pedagógico e na abordagem de ensino, mas, infelizmente, eles não tinham o material adequado nem a expertise necessária para lidar com a situação”, relata.

No Brasil, a promoção da educação inclusiva é apoiada por normas legais, sendo o Estatuto da Pessoa com Deficiência, instituído em 2015, um marco que assegura o direito das pessoas com deficiência de participarem de jogos, atividades recreativas, esportivas e de lazer no contexto escolar. Além disso, a legislação estipula que o governo deve aprimorar o sistema educacional inclusivo por meio da capacitação de professores preparados para oferecer atendimento educacional especializado.

Dentro dessa realidade, a psicopedagogia desempenha um papel essencial na formação de educadores e no desenvolvimento de metodologias que promovem a inclusão de maneira efetiva. “Hoje, mais do que nunca, os professores precisam estar preparados para lidar com a diversidade dentro das salas de aula. A psicopedagogia é uma das ferramentas para que o educador compreenda e intervenha de maneira mais eficaz, promovendo um ambiente de aprendizado que respeite as limitações e potencialidades de cada aluno, utilizando metodologias baseadas no desenvolvimento da empatia, adaptação do currículo e flexibilização das estratégias de ensino”, relatou Roberta Cassará Scalzaretto, especialista em formação de professores com foco na educação infantil e no ensino fundamental.

Segundo Roberta, essas metodologias incluem, práticas como a adaptação de materiais pedagógicos, a utilização de tecnologias assistivas (TA) e a implementação de estratégias de ensino individualizadas. Ela acrescenta que, para que essas abordagens sejam efetivas, é fundamental um diagnóstico inicial, que permita identificar as necessidades específicas de cada aluno, e um planejamento individualizado que oriente as ações pedagógicas de maneira personalizada. A especialista destaca a importância de um trabalho colaborativo entre psicopedagogos, educadores e a família, com foco no acompanhamento contínuo do aluno.

A formação de professores é um processo contínuo, e a psicopedagogia é uma aliada fundamental nesse processo. “O trabalho de formação de educadores na área da educação inclusiva vai além da teoria. É preciso que o professor tenha uma compreensão profunda das características das deficiências e das necessidades dos alunos. No treinamento, buscamos apresentar práticas que possam ser aplicadas diretamente no dia a dia da sala de aula, como estratégias de ensino que consideram a pluralidade de aprendizagens e o ritmo (a necessidade) de cada aluno”, explica a especialista.

Em sua abordagem, ela utiliza exemplos práticos para ilustrar como a psicopedagogia pode ser aplicada no contexto da sala de aula. “Em uma turma com alunos com dificuldades de leitura, o professor pode adaptar as atividades, utilizando recursos como audiobooks ou atividades que envolvam mais a expressão oral, garantindo que todos, independentemente de suas dificuldades, participem do processo de aprendizagem”, afirma.

Embora muito já tenha sido conquistado, a especialista alerta para a importância de se superar as barreiras. “Ainda há um longo caminho a percorrer no que diz respeito à sensibilização dos educadores e da comunidade escolar em geral para a inclusão. A formação de professores deve englobar, além de conteúdo, a construção de uma cultura de respeito e acolhimento, onde cada aluno seja visto e valorizado em sua individualidade”, conclui.

A formação contínua de educadores e o desenvolvimento de metodologias psicopedagógicas são, portanto, elementos essenciais para que a educação inclusiva se torne uma realidade. É fundamental que as escolas sejam ambientes cada vez mais preparados para receber a diversidade, com uma abordagem que envolva a todos — desde o currículo adaptado até o engajamento da comunidade escolar. Dessa forma, essas barreiras não devem ser vistas como obstáculos ao progresso, mas como aspectos fundamentais para um futuro que busca a igualdade no ensino e no aprendizado para todos.

Sobre

Roberta Cassará Scalzaretto é mestre especialista em educação e formação de professores voltada para a primeira infância. Com formação em magistério, pedagogia, psicopedagogia e mestrado em educação: formação de professores, profundamente apaixonada pela educação. Sua carreira é dedicada a capacitar educadores para atuarem na Educação Infantil e no Ensino Fundamental I, preparando-os para lidar com a diversidade de perfis e necessidades de aprendizado. Participou da comunidade internacional sobre formação de professores, com o objetivo de adquirir conhecimentos sobre a cultura, o sistema educacional, a escola de tempo integral e o papel da educação no plano nacional de inclusão (PNAI).

Fauzi Rux

Navegação de Post

Anterior Anterior
Cissa Heeger recebe prêmio de Influenciadora Fitness no Digital Awards
PróximoContinuar
Como cuidar da saúde no fim de ano
X Instagram

© 2025 ruxone.com.br

Rolar para Cima
  • Moda
  • Música
  • Negócios
  • Famosos
  • Saúde
  • Moda
  • Notícias
Pesquisa