Juliana Marins não morreu por acidente. Juliana foi morta pela negligência.
Ela estava viva. Gritando por socorro. E mesmo assim, foi deixada para morrer.
Juliana Marins, brasileira de 26 anos, caiu em uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia. Uma tragédia que poderia ter terminado diferente. Ela foi localizada por drones, foi vista com vida, mas não foi socorrida a tempo. O que faltou? Tudo. Faltou estrutura, preparo, coragem e compromisso do governo local com a vida humana. Nem mesmo cordas adequadas havia para realizar o resgate com segurança.
Enquanto o tempo passava, Juliana estava sozinha em uma encosta fria, exposta, machucada, consciente. Esperava por um resgate que deveria ter sido imediato. Mas não veio. E quando veio, já era tarde demais.

É inadmissível que um dos pontos turísticos mais visitados da Indonésia não tenha uma equipe de resgate equipada. Que tipo de autoridade permite que trilhas perigosas fiquem abertas ao público sem plano de emergência eficiente? O helicóptero não decolou. As cordas arrebentaram. As respostas foram lentas. A omissão foi fatal.
Juliana não caiu apenas da montanha. Juliana caiu no abismo da negligência. Do despreparo. Da irresponsabilidade.
Ela morreu por falhas humanas. Por ausência de ação. Por um sistema que vê o turismo como lucro, mas não investe em segurança. Se fosse uma cidadã local? Se fosse uma europeia? Teria o mesmo desfecho? Quantas outras vidas já se perderam ali? Quantas mais serão necessárias para o mundo cobrar responsabilidade?
O silêncio das autoridades dói. A falta de indignação internacional grita. Juliana morreu, mas sua história precisa continuar viva como denúncia. Ela não é só estatística. Ela é um alerta. Um símbolo de tudo que não pode se repetir.
Que seu nome ecoe como protesto. Que sua morte não caia no esquecimento. Porque o que tirou a vida de Juliana não foi a montanha. Foi a omissão de quem deveria tê-la resgatado.